A identidade cristã nos dias atuais

quarta-feira, 13 de maio de 2020

48. SUBINDO O MONTE DO SERMÃO


Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha... e ela caiu, e foi grande a sua queda” (Mateus 7.25 e 27b).

Estamos alcançando o final dos ensinos de Cristo sobre a vida cristã. Diante do monte do Sermão, podemos subi-lo passo a passo, enfrentando as dificuldades da caminhada, ou ficarmos embaixo, apenas admirando a paisagem. Nosso desafio tem sido enfrentarmos a subida.
Na parábola das duas casas, o tolo não acredita que deva consultar arquiteto ou cuidar de planos e especificações para a construção. No paralelo com o pseudocristão, este não se dá ao trabalho de estudar a Palavra do Senhor e conhecer a sua mensagem completa. Ao contrário, escolhe o que mais aprecia e concentra-se na doutrina do amor e do perdão de Deus, por exemplo, deixando de lado a sua justiça. Santidade é uma doutrina desagradável, preferindo ele mensagens que denotem sentimento de consolo, de felicidade, de alegria e de paz interior. Se não estamos lendo a Palavra de Deus de maneira a sermos sondados e confrontados por ela, não a estamos usando corretamente. A Bíblia traz uma tremenda exposição dos efeitos do pecado, para nos ensinar que em nosso interior existe algo que pode nos arrastar para baixo e que, por natureza, somos falsos, imundos e vis. Isto não agrada o pseudocristão. Nascemos em iniquidade e em pecado fomos concebidos, conforme nos diz o salmista. Sem o novo nascimento e uma nova natureza, estamos fora do Reino de Deus, pois todos os seres humanos estão no caminho largo e precisam fazer a opção pela porta estreita e pelo caminho apertado para serem salvos.
Tiago afirmou em sua epístola que a fé sem obras é morta. Ela se manifesta na vida da pessoa, de maneira geral, por meio daquilo que ela diz e faz; ela transparece por meio da personalidade inteira do indivíduo. Como posso saber se sou um homem prudente ou insensato? O Sermão do Monte é um bom teste: se você fica ressentido diante dele, não querendo ouvi-lo quando pregado, você deve ser insensato. O falso crente fica impaciente diante do Sermão do Monte, porque não quer ser examinado, sondado, sentindo-se intranquilo com sua mensagem. Nossas respostas instintivas e reações imediatas demonstram o que realmente somos, levando-nos a pensar uma segunda vez acerca de alguma atitude e a nos tornar mais resguardados e cuidadosos com nossas respostas. Por isso, nossas reações imediatas diante do Sermão do Monte demonstram se somos ou não cristãos autênticos. Além disso, crentes nominais são levados a esquecer rapidamente tudo o que ouviram, chegando alguns mesmo a elogiar alguns preceitos do Sermão do Monte sem jamais colocá-los em prática.
O autêntico cristão não faz restrição à benéfica sondagem que o Sermão do Monte faz em sua vida, embora isso possa vir a lhe causar constrangimento e sensação desconfortável. Ele se sente cada vez menor, à medida que sobe o Monte do Sermão, precisando sacrificar a cada dia o seu próprio “eu”.  Ele se humilha diante da Palavra de Deus e concorda com o que a Bíblia diz sobre sua vida. Ele admite e confessa o seu total fracasso e a sua completa indignidade. Ele aceita plenamente os ensinos e a interpretação de Cristo acerca da lei, focalizando-se no seu espírito e não na sua letra. É, enfim, o homem sensato que constrói sua casa sobre a rocha. Jamais conseguiremos chegar à santidade completa neste mundo, mas o nosso desejo e esforço devem ter esse objetivo.
“A vereda do justo é como a luz da alvorada, que brilha cada vez mais até a plena claridade do dia”, conforme escreveu Salomão em um de seus provérbios. A luz do amanhecer não aparece de repente, mas pouco a pouco, brilhando cada vez mais. Pleno meio dia, sol a pino, somente na eternidade com Deus. Devemos, no entanto, fazer a luz do evangelho brilhar cada vez mais, para que as pessoas vejam nossas boas obras, resultado da nossa fé, e glorifiquem a Deus, nosso Pai, que está nos céus.  

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