“Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os
ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces
na rocha... e ela caiu, e foi grande a sua queda” (Mateus 7.25 e 27b).
Estamos
alcançando o final dos ensinos de Cristo sobre a vida cristã. Diante do monte
do Sermão, podemos subi-lo passo a passo, enfrentando as dificuldades da
caminhada, ou ficarmos embaixo, apenas admirando a paisagem. Nosso desafio tem
sido enfrentarmos a subida.
Na
parábola das duas casas, o tolo não acredita que deva consultar arquiteto ou
cuidar de planos e especificações para a construção. No paralelo com o
pseudocristão, este não se dá ao trabalho de estudar a Palavra do Senhor e
conhecer a sua mensagem completa. Ao contrário, escolhe o que mais aprecia e
concentra-se na doutrina do amor e do perdão de Deus, por exemplo, deixando de
lado a sua justiça. Santidade é uma doutrina desagradável, preferindo ele
mensagens que denotem sentimento de consolo, de felicidade, de alegria e de paz
interior. Se não estamos lendo a Palavra de Deus de maneira a sermos sondados
e confrontados por ela, não a estamos usando corretamente. A Bíblia traz uma
tremenda exposição dos efeitos do pecado, para nos ensinar que em nosso interior
existe algo que pode nos arrastar para baixo e que, por natureza, somos falsos,
imundos e vis. Isto não agrada o pseudocristão. Nascemos em iniquidade e em
pecado fomos concebidos, conforme nos diz o salmista. Sem o novo nascimento e
uma nova natureza, estamos fora do Reino de Deus, pois todos os seres humanos
estão no caminho largo e precisam fazer a opção pela porta estreita e pelo
caminho apertado para serem salvos.
Tiago
afirmou em sua epístola que a fé sem obras é morta. Ela se manifesta na vida da
pessoa, de maneira geral, por meio daquilo que ela diz e faz; ela transparece
por meio da personalidade inteira do indivíduo. Como posso saber se sou um
homem prudente ou insensato? O Sermão do Monte é um bom teste: se você fica
ressentido diante dele, não querendo ouvi-lo quando pregado, você deve ser
insensato. O falso crente fica impaciente diante do Sermão do Monte, porque não
quer ser examinado, sondado, sentindo-se intranquilo com sua mensagem. Nossas
respostas instintivas e reações imediatas demonstram o que realmente somos,
levando-nos a pensar uma segunda vez acerca de alguma atitude e a nos tornar mais
resguardados e cuidadosos com nossas respostas. Por isso, nossas reações
imediatas diante do Sermão do Monte demonstram se somos ou não cristãos
autênticos. Além disso, crentes nominais são levados a esquecer rapidamente
tudo o que ouviram, chegando alguns mesmo a elogiar alguns preceitos do Sermão
do Monte sem jamais colocá-los em prática.
O
autêntico cristão não faz restrição à benéfica sondagem que o Sermão do Monte
faz em sua vida, embora isso possa vir a lhe causar constrangimento e sensação
desconfortável. Ele se sente cada vez menor, à medida que sobe o Monte do
Sermão, precisando sacrificar a cada dia o seu próprio “eu”. Ele se humilha diante da Palavra de Deus e
concorda com o que a Bíblia diz sobre sua vida. Ele admite e confessa o seu
total fracasso e a sua completa indignidade. Ele aceita plenamente os ensinos e
a interpretação de Cristo acerca da lei, focalizando-se no seu espírito e não
na sua letra. É, enfim, o homem sensato que constrói sua casa sobre a rocha. Jamais
conseguiremos chegar à santidade completa neste mundo, mas o nosso desejo e
esforço devem ter esse objetivo.
“A vereda do justo é como a luz da alvorada, que brilha cada vez mais até
a plena claridade do dia”, conforme
escreveu Salomão em um de seus provérbios. A luz do amanhecer não aparece de
repente, mas pouco a pouco, brilhando cada vez mais. Pleno meio dia, sol a
pino, somente na eternidade com Deus. Devemos, no entanto, fazer a luz do
evangelho brilhar cada vez mais, para que as pessoas vejam nossas boas obras,
resultado da nossa fé, e glorifiquem a Deus, nosso Pai, que está nos céus.
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