“Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a
ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas
acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem,
e onde os ladrões não arrombam nem furtam” (Mateus 6. 19-20).
O
tema desta seção do Sermão do Monte é a relação entre o cristão e Deus como
seu Pai celeste. O nosso problema e conflito em busca da vivência da
piedade individual está representado nas palavras mundo, carne e
diabo, estando em discussão neste texto o problema do mundo.
Para
as Escrituras, o mundo não se refere ao universo físico, nem meramente ao
conjunto total dos seres humanos, mas a uma atitude e a uma mentalidade, uma
maneira de encarar a vida como um todo. Na sequência apresentada por Jesus, o
cristão prepara-se em segredo, em seu próprio quarto, orando e jejuando; em
seguida, ajuda o próximo com esmolas e outras boas obras, sem se deixar notar.
Na atuação do servo de Deus junto às pessoas, o mundo fará tudo quando estiver
ao seu alcance para derrotar o crente, para arruinar-lhe a vida espiritual. Não
devemos nos retirar da vida ativa para um mosteiro ou qualquer outro lugar,
pois a Bíblia nos mostra que podemos vencer o mundo enquanto estamos no meio
dos homens. Jesus estabeleceu seu princípio dizendo "não acumulem
tesouros sobre a terra..., mas ajuntem tesouros no céu..." O restante
dos dois versos contém as razões e explicações oferecidas por Jesus, ao
apresentar uma dupla exortação, com um aspecto negativo e outro positivo.
Iniciando
com o aspecto negativo de não ajuntarmos tesouros na terra, a palavra
"tesouros" não se aplica diretamente a dinheiro; o vocábulo tem
sentido amplo e inclui muita coisa; não são nossas posses, mas a atitude em
relação a elas. Vivendo neste mundo, corremos o risco de entregar todos os
nossos interesses e esperanças para esta vida às nossas ambições. Todos nós
temos algum tesouro, de uma espécie ou de outra; pode ele ser uma pessoa, um
dom, uma casa; pode ser a honra pessoal, a posição social, os cargos obtidos, o
próprio trabalho; enfim, pode ser o amor a qualquer coisa que comece e termine
aqui mesmo, nesta vida e neste mundo. Existem até pregadores que se deixam
levar por tesouros, representados por elogios pela pregação ou por qualquer
outra forma de atuação pastoral, sem perceberem que estão juntando tesouros na
terra.
No
lado positivo da questão, Jesus disse para ajuntarmos tesouros no céu.
Não se trata de salvação pelas próprias obras, pois isto negaria a
doutrina neotestamentária da justificação somente pela fé. Escrevendo sua
primeira carta a Timóteo, Paulo recomenda: “Ordene aos que são ricos no
presente mundo que não sejam arrogantes, nem ponham sua esperança na incerteza
da riqueza, mas em Deus, que de tudo nos provê ricamente, para a nossa
satisfação. Ordene-lhes que pratiquem o bem, sejam ricos em boas obras,
generosos e prontos a repartir. Dessa forma, eles acumularão um tesouro
para si mesmos, um firme fundamento para a era que há de vir, e assim
alcançarão a verdadeira vida”. Na nossa vivência diária, para cumprirmos esse
preceito, precisamos lembrar Hebreus, que relata que os heróis da fé andavam
como quem vê o que é invisível, sendo estrangeiros e peregrinos sobre a terra e
esperando a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador.
O que levou todos os heróis da fé a estarem preparados para fazer aquilo que
fizeram? Apenas a expectativa de uma pátria superior, isto é, celestial.
No mundo, não somos proprietários permanentes de nada, seja de dinheiro, intelecto ou da nossa própria pessoa, nosso corpo, nossa personalidade ou qualquer dom que possamos ter. O cristão sabe que deve ter cuidado ao utilizar todas essas coisas, bem como atentar para sua atitude para com elas, pois é mordomo de Deus e vai prestar contas a ele. Estamos armando nossa tenda terrena, a cada dia que passa, um pouco mais perto do lar celestial. Como mordomo de Deus, não posso apegar-me às coisas como se fossem minhas, não devendo elas ocupar a minha mente, a minha atenção, sendo o centro da minha vida. Eu preciso gerenciar essas coisas, garantindo e esperando seguramente, para mim mesmo, um tesouro no céu.
No mundo, não somos proprietários permanentes de nada, seja de dinheiro, intelecto ou da nossa própria pessoa, nosso corpo, nossa personalidade ou qualquer dom que possamos ter. O cristão sabe que deve ter cuidado ao utilizar todas essas coisas, bem como atentar para sua atitude para com elas, pois é mordomo de Deus e vai prestar contas a ele. Estamos armando nossa tenda terrena, a cada dia que passa, um pouco mais perto do lar celestial. Como mordomo de Deus, não posso apegar-me às coisas como se fossem minhas, não devendo elas ocupar a minha mente, a minha atenção, sendo o centro da minha vida. Eu preciso gerenciar essas coisas, garantindo e esperando seguramente, para mim mesmo, um tesouro no céu.