A identidade cristã nos dias atuais

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

16. CRISTO E O ANTIGO TESTAMENTO

“Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir. Digo-lhes a verdade: Enquanto existirem céus e terra, de forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou o menor traço, até que tudo se cumpra"


(Mateus 5. 17-18).
Devemos viver vidas retas. Em que consiste essa retidão que devemos manifestar? Jesus estabelece no texto em questão duas proposições categóricas: a. tudo quanto ensinaria dali por diante estava em absoluta harmonia integral com as Escrituras do Antigo Testamento; sua doutrina é totalmente harmônica com o Antigo Testamento, mas está em total dissonância com os ensinamentos dos fariseus e escribas, contradizendo-os frontalmente. Isto se reporta ao que os quatro evangelhos registram do antagonismo manifestado contra Jesus por parte dos mestres da lei. A lei de Deus tem um caráter absoluto, jamais poderá ser alterada, nem mesmo modificada no mais leve grau, pois é eterna. Os requisitos da lei são permanentes e jamais poderão ser ab-rogados ou reduzidos até que o céu e a Terra passem. “Assim, temos ainda mais firme a palavra dos profetas, e vocês farão bem se a ela prestarem atenção, como a uma candeia que brilha em lugar escuro, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça no coração de vocês” (2 Pedro 1.19).
O próprio Espírito Santo cuidou da Igreja Primitiva, constituída principalmente de gentios, ao incorporar as Escrituras do Antigo Testamento às suas próprias novas estruturas, considerando-as uma só unidade. Entender Hebreus, por exemplo, implica em conhecer o Antigo Testamento. Ele demonstra que, na Nova Aliança, a lei foi posta dentro de nós, escrita em nossas mentes e em nossos corações, e não é mais alguma coisa fora de nós. Na lei cerimonial, Jesus Cristo é o altar, o holocausto, a bacia de lavar, o incenso e tudo o mais. Na lei judicial, Israel era a nação teocrática que falhou e que hoje não existe mais, o que significa que a lei judicial foi cumprida. A lei moral está em vigor até os nossos dias e continuará até o final dos tempos. No futuro, o Reino de Deus cobrirá a face da terra. Aqueles que morrem incrédulos quanto ao Senhor Jesus estão debaixo da condenação da lei. A lei envolve um farto elemento profético, bem como um copioso elemento evangélico. Ela é cheia de graça, pois nos conduz a Cristo.
A lei se manifesta em duas categorias: a primeira diz respeito à nossa relação com Deus e a segunda se refere às nossas relações com o próximo. O grande mandamento é amar a Deus de todo coração, alma e entendimento; o segundo é amar ao próximo como a si mesmo, disso dependendo todo o restante da lei e dos profetas. Na Idade Média, os chamados casuístas da igreja católica tornaram-se hábeis no estabelecimento de distinções sutis e injustificáveis quanto às Escrituras, principalmente no tocante às questões de consciência e de comportamento. Ainda hoje, questões de divórcio, por exemplo, são resolvidas através de manobras casuísticas. No que nos diz respeito, porém, somos todos capazes de racionalizar os nossos próprios pecados, justificando-os por meio de uma explicação capciosa e desculpando-nos das coisas que fazemos ou que não fazemos, numa atitude tipicamente farisaica.
Perguntas vitais para encerrar: Você conhece a Deus e o ama? Pode dizer com honestidade que a maior e primeira coisa em sua vida é a glória de Deus? Sem querer parecer melhor do que qualquer outra pessoa, você quer de fato honrar, glorificar e amar a Deus acima de todas as coisas? A Bíblia “Mensagem”, comentando sobre a Lei, afirma: “Levem-na a sério, mostrem o caminho para os outros, e terão um lugar de honra no Reino”. Que cada um de nós examine a si mesmo quanto a isso.