“Assim, em
tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam; pois esta é a
Lei e os Profetas” (Mateus 7.12)
Continuando a abordar o tema do julgamento ao
próximo, surge a regra áurea, a qual, no nosso relacionamento com as demais pessoas, deve
ser o pensamento a nortear nossa vida. Ao Jesus dizer que devemos amar o nosso
próximo como a nós mesmos, isto é um resumo dos mandamentos com relação ao
nosso semelhante. A regra áurea aparece no judaísmo, no hinduísmo, no
confucionismo e no budismo de forma negativa, levando o homem a não fazer aos outros o que não
quer que façam para ele. Ao separarmos o que nos agrada e o que nos desagrada, devemos
aplicar o resultado positivamente ao nosso semelhante, evitando, assim,
conflitos maiores.
Os
pensadores atuais concordam que o mais grave problema do século XX era o do
relacionamento humano, é isto continua no século XXI. O problema envolve o
dinheiro, mas principalmente o que eu quero e o que a outra pessoa
quer. Não basta meramente dizermos às pessoas qual é o caminho correto; o
problema é muito mais profundo do que isso. A lei também não é algo negativo,
proibido. O espírito real por trás de tudo é que amemos ao próximo como a nós
mesmos, ou seja, o que desejamos como nosso bem-estar deve também ser desejado
como bem-estar do próximo. Precisamos nos interessar pelo próximo, amá-lo,
querer ajudá-lo e nos interessarmos pela sua felicidade.
Aplicando
a regra áurea ao século XX e contextualizando-a até o XXI, lembramos inicialmente
que o ser humano é uma criatura pecadora e pervertida, por si só incapaz de
praticar a lei áurea. Aliás, o homem natural aborrece a lei na sua totalidade e
não a deseja: criou-se o ditado " a teoria na prática é outra". A
razão disso é que, antes da aversão à lei, o homem tem uma atitude errada para
com próprio Legislador, o Senhor Deus; a lei é uma expressão da pessoa, do
caráter e da vontade de Deus. O homem natural é um inimigo alienado do Criador,
vivendo como se Deus não existisse. O problema está no "ego", no amor
que devemos para com o próximo como a nós mesmos. O egocentrismo surgiu no
Éden, está presente no mundo e infelizmente atinge a própria igreja. Autossatisfação,
autoproteção e auto interesse ocupam muito espaço na mente humana. Isso está em
todas as fases do relacionamento, em áreas como trabalhismo, política,
economia, tanto nacional como internacionalmente. "Direitos humanos"
é sempre uma expressão presente na mídia de todas as formas, com sentido
correto ou deturpado. A solução para os problemas do mundo atual é
essencialmente teológica e ela não surgirá enquanto o pecado estiver
controlando o coração humano em indivíduos, grupos humanos e nações.
Pensando
positivamente, como é possível alguém pôr em prática a regra áurea? Amar a Deus
sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo nos leva a pensar em Deus
primeiro e depois no próximo. Ninguém pode amar ao próximo como a si mesmo se
não der a Deus a primazia. Precisamos reconhecer a sua santidade, poder, força
criativa e nossa própria pequenez diante dele. Como míseros pecadores, podemos tentar
esquecer que, em algum tempo, tivemos qualquer direito, sendo indignos de tudo.
Assim, começamos a ver o nosso semelhante também como vítima do pecado, numa
ideia totalmente nova. Reconhecendo que o próximo é exatamente como nós, também
se encontrando em uma situação terrível diante de Deus, poderemos começar a amá-lo
como a nós mesmos.
Deus
jamais trata conosco conforme o nosso merecimento; ele nos confere suas bênçãos,
mediante a sua graça, apesar daquilo que somos. É como se Deus estivesse nos
dizendo: "Tratem os semelhantes em harmonia com este princípio, não vendo
neles apenas o que é ofensivo, problemático e distorcido, mas vendo a realidade
espiritual por trás disso tudo". Contemplemos os nossos semelhantes de
acordo com essa nova perspectiva; se assim o fizermos, poderemos pôr em prática
a regra áurea, demonstrando ao mundo a única maneira pela qual nossos problemas
podem ser resolvidos e agindo como missionários e como embaixadores de Cristo.
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