A identidade cristã nos dias atuais

quarta-feira, 13 de maio de 2020

47. ROCHA OU AREIA?


“Eis que ponho em Sião uma pedra, uma pedra já experimentada, uma preciosa pedra angular para alicerce seguro; aquele que confia, jamais será abalado”
(Isaias 28.16).

Todas as áreas da atividade humana são mutáveis e evoluem com o tempo; assim também é a construção. Na arquitetura antiga, quando as construções eram feitas de pedras, uma pedra muito forte, cuidadosamente selecionada na pedreira e talhada no tamanho e formato corretos, era utilizada como “pedra angular de esquina”. Esta pedra receberia o maior peso do edifício e iria sustentá-lo, direcionando ângulos, paredes e muros. No Sermão do Monte, há um contraste entre a atitude do homem prudente e a do homem insensato com relação aos ensinamentos de Jesus, sobre a absoluta necessidade de colocar em prática os ensinamentos da Palavra de Deus. O contraste é entre o “ouvir” e o “fazer”. Apenas professar a fé sem mudar o modo de viver não é ser cristão. Nas palavras de Paulo, “ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo”.
Jesus descreve a pessoa que ouve as suas palavras e as põe em prática como um homem sábio ou prudente. O homem prudente tem um comportamento equilibrado, sabe o que quer e o que está fazendo; segue sua vida com equilíbrio racional. Ele não age induzido por meras emoções, mas prefere as coisas consistentes; é moderado, cauteloso e sensato. Ele é sábio porque constrói sua vida sobre fundamento firme. Mesmo enfrentando tempestades, ele não perde a confiança na rocha onde construiu sua casa. É preciso aprender a “ouvir a palavra de Deus e a praticá-la”, para construirmos uma vida estabilizada sobre a rocha que é Jesus.
A pessoa que ouve as suas palavras e não as pratica é um tolo, um insensato, um homem sem bom senso. Ele está sempre com pressa e vive das coisas imediatas, por não saber esperar. Na parábola, ele não estava preocupado realmente em construir sua casa com segurança, deixando-se levar pelas aparências, sempre à procura de atalhos e resultados imediatos. Do ponto de vista espiritual, esse homem não firmava a sua fé em algo consistente, situação muito encontrada em nossos dias: uma fé imediata, sujeita a grandes decepções e frustrações. Quem quer construir uma casa para si não pode fazê-lo de qualquer maneira. O tolo despreza o ensino e a instrução.
Enquanto o primeiro construtor cavou bem fundo e pôs o alicerce sobre a rocha, o segundo construiu a sua casa na areia, sem o alicerce firme. O construtor insensato agiu de maneira imprudente, não se preocupando em pensar o que poderia acontecer com a casa quando as chuvas chegassem. Ele foi negligente em não pensar no futuro, fixando-se só no presente. Ignorou o risco das consequências desastrosas e do grande prejuízo que as chuvas poderiam lhe causar. É muito mais fácil levar-se uma vida sem preocupação com oração, leitura e estudo das Escrituras do que ter uma vida espiritual com essas práticas. Existem muitos cristãos que pensam tão somente no presente, em aproveitar a vida e os prazeres do pecado. Há duas perspectivas: uma de curto e outra de longo alcance em cada decisão que tomamos na vida. A casa firme resistiu às fortes chuvas; a segunda casa sofreu com as chuvas, pois os rios transbordaram, e o vento soprou contra ela, que caiu e foi totalmente destruída. Os cristãos verdadeiros e os falsos frequentemente se parecem: joio e trigo serão separados por Deus somente na eternidade. Os dois edificadores espiritualmente ouvem as palavras ditas por Jesus e são membros da comunidade cristã visível; ambos leem a Bíblia, vão à igreja, ouvem os sermões e compram literatura cristã. O motivo que os distancia é que os alicerces da vida deles estão ocultos aos nossos olhos. Apenas uma tempestade revelará a verdade. 
Na vida cristã, não faz nenhuma diferença quantos sermões alguém ouviu, quantas vezes leu a Bíblia, embora tudo isso seja importante. A diferença estará em quanto daquilo que ouvimos, lemos e aprendemos de Jesus estamos colocando em prática quando a tempestade chegar.

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