“Eis que ponho em Sião uma pedra, uma pedra já experimentada, uma preciosa pedra angular para alicerce
seguro; aquele que confia, jamais será abalado”
(Isaias 28.16).
Todas
as áreas da atividade humana são mutáveis e evoluem com o tempo; assim também é
a construção. Na arquitetura antiga, quando as construções eram feitas de
pedras, uma pedra muito forte, cuidadosamente selecionada na pedreira e talhada
no tamanho e formato corretos, era utilizada como “pedra angular de esquina”.
Esta pedra receberia o maior peso do edifício e iria sustentá-lo, direcionando ângulos,
paredes e muros. No Sermão do Monte, há um contraste entre a atitude do homem
prudente e a do homem insensato com relação aos ensinamentos de Jesus, sobre a
absoluta necessidade de colocar em prática os ensinamentos da Palavra de Deus.
O contraste é entre o “ouvir” e o “fazer”. Apenas professar a fé sem mudar o
modo de viver não é ser cristão. Nas palavras de Paulo, “ninguém pode lançar
outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo”.
Jesus
descreve a pessoa que ouve as suas palavras e as põe em prática como um homem
sábio ou prudente. O homem prudente tem um comportamento equilibrado, sabe o
que quer e o que está fazendo; segue sua vida com equilíbrio racional. Ele não
age induzido por meras emoções, mas prefere as coisas consistentes; é moderado,
cauteloso e sensato. Ele é sábio porque constrói sua vida sobre fundamento
firme. Mesmo enfrentando tempestades, ele não perde a confiança na rocha onde
construiu sua casa. É preciso aprender a “ouvir a palavra de Deus e a praticá-la”,
para construirmos uma vida estabilizada sobre a rocha que é Jesus.
A
pessoa que ouve as suas palavras e não as pratica é um tolo, um insensato, um homem
sem bom senso. Ele está sempre com pressa e vive das coisas imediatas, por não
saber esperar. Na parábola, ele não estava preocupado realmente em construir
sua casa com segurança, deixando-se levar pelas aparências, sempre à procura de
atalhos e resultados imediatos. Do ponto de vista espiritual, esse homem não
firmava a sua fé em algo consistente, situação muito encontrada em nossos dias:
uma fé imediata, sujeita a grandes decepções e frustrações. Quem quer construir
uma casa para si não pode fazê-lo de qualquer maneira. O tolo despreza o ensino
e a instrução.
Enquanto
o primeiro construtor cavou bem fundo e pôs o alicerce sobre a rocha, o segundo
construiu a sua casa na areia, sem o alicerce firme. O construtor insensato agiu
de maneira imprudente, não se preocupando em pensar o que poderia acontecer com
a casa quando as chuvas chegassem. Ele foi negligente em não pensar no futuro, fixando-se
só no presente. Ignorou o risco das consequências desastrosas e do grande
prejuízo que as chuvas poderiam lhe causar. É muito mais fácil levar-se uma
vida sem preocupação com oração, leitura e estudo das Escrituras do que ter uma
vida espiritual com essas práticas. Existem muitos cristãos que pensam tão
somente no presente, em aproveitar a vida e os prazeres do pecado. Há duas
perspectivas: uma de curto e outra de longo alcance em cada decisão que tomamos
na vida. A casa firme resistiu às fortes chuvas; a segunda casa sofreu com as
chuvas, pois os rios transbordaram, e o vento soprou contra ela, que caiu e foi
totalmente destruída. Os cristãos verdadeiros e os falsos frequentemente se
parecem: joio e trigo serão separados por Deus somente na eternidade. Os dois
edificadores espiritualmente ouvem as palavras ditas por Jesus e são membros da
comunidade cristã visível; ambos leem a Bíblia, vão à igreja, ouvem os sermões
e compram literatura cristã. O motivo que os distancia é que os alicerces da
vida deles estão ocultos aos nossos olhos. Apenas uma tempestade revelará a
verdade.
Na vida cristã, não faz nenhuma diferença quantos sermões alguém
ouviu, quantas vezes leu a Bíblia, embora tudo isso seja importante. A
diferença estará em quanto daquilo que ouvimos, lemos e aprendemos de Jesus estamos
colocando em prática quando a tempestade chegar.
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