“Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino; seja
feita a tua vontade, assim na terra como no céu
(Mateus 6.9-10).
A
Oração do Pai Nosso foi o modelo deixado aos seus discípulos por Jesus no
Sermão do Monte. Em essência, essa oração cobre todas as necessidades
humanas, o que é extraordinário e admirável, mas isso não exclui a
possibilidade de orarmos de outras formas, pois o próprio Senhor Jesus
recomendou que não usássemos de vãs repetições. Na Oração do Pai Nosso,
encontramos uma espécie de estrutura, um esboço para as demais orações. Se
fizermos uma análise da Oração Sacerdotal, outra oração feita por Jesus e
registrada nos Evangelhos, descobriremos que ela pode ser reduzida aos
princípios que constam na oração do Pai Nosso. A economia de palavras, a
maneira de resumir aquilo que realmente importa, reduzindo tudo a algumas
poucas sentenças, é algo que verdadeiramente proclama o fato de que quem
ensinou esta oração não foi outro senão o próprio Filho de Deus. Além
de ser modelo, a oração visa não somente aos discípulos originais, mas a todos
os crentes, de todos os lugares, em todos os tempos.
Certas pessoas sentem-se perturbadas diante dessa oração, porque ela não
termina dizendo "em nome de Jesus". É bom lembrar que Jesus estava
simplesmente lançando os princípios fundamentais que deveriam governar
constantemente o relacionamento entre o homem e Deus, não se preocupando com
detalhes. Mais tarde, ele orientou os discípulos a orarem em seu nome.
Ao
orar, como somos apenas seres humanos premidos pela urgência de nossa situação,
pelas preocupações, pela ansiedade, pela angústia mental, pela tristeza no
coração e por diversas aflições, ficamos tão pressionados por essas coisas que,
à semelhança de crianças pequenas, começamos a falar imediatamente, sem pensar.
Conforme registra o livro de Eclesiastes, é vital que, ao orarmos a Deus,
lembremos o fato de que Deus está nos céus e nós na terra: "Pai nosso,
que estás nos céus..."
Após
a invocação inicial, aparecem as petições: são seis ou sete pedidos, segundo
debatem as autoridades; os três primeiros estão na forma de adoração e dizem
respeito a Deus e à sua glória; os demais pertencem a nós mesmos, na forma
de petição pessoal. Isso nos mostra que, antes de pedirmos por nós mesmos,
precisamos nos preocupar com o Reino de Deus. "Santificado seja o teu
nome" é a primeira petição da oração. Os judeus reconheciam a grandeza, a
majestade e a santidade de Deus, e por isso evitavam proferir
"Yahweh", nome que significa tudo quanto está envolvido e que nos foi
revelado na pessoa de Deus. Ele havia sido revelado na história aos filhos de
Israel sob diversos nomes e a petição refere-se a todos eles. A frase reflete
um desejo profundo e ardente para que a honra e a glória de Deus sejam
conhecidas pelo mundo todo. Hoje, é alarmante ver a maneira como todos tendem a
usar de modo negligente o nome do Senhor. “Proclamem a grandeza
do Senhor comigo; juntos exaltemos o seu nome”, convida o salmista. "Venha o teu reino" é a
segunda petição. Após pedir que o nome de Deus seja santificado entre os
homens, queremos que o seu Reino venha, para que a primeira petição se realize
mais completamente. O Reino já veio, com o ministério de Jesus no mundo; está
presente com a atuação da igreja; mas ainda há de chegar para estabelecer-se
completamente com a volta de Cristo. "Seja feita a tua vontade, assim na
terra como no céu" é a terceira petição, consequência e conclusão lógica
da segunda petição, que é conclusão lógica da primeira.
Nome de Deus santificado,
seu Reino pedido, sua vontade cumprida: são as três petições iniciais, na forma
de adoração, que devem estar presentes ao orarmos a Deus, antes de entrarmos na
petição pessoal. Que passemos a aplicar estes princípios em todas as nossas
orações!
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