A identidade cristã nos dias atuais

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

27. O "PAI NOSSO" COMO ADORAÇÃO

“Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome.  Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu
(Mateus 6.9-10).

A Oração do Pai Nosso foi o modelo deixado aos seus discípulos por Jesus no Sermão do Monte. Em essência, essa oração cobre todas as necessidades humanas, o que é extraordinário e admirável, mas isso não exclui a possibilidade de orarmos de outras formas, pois o próprio Senhor Jesus recomendou que não usássemos de vãs repetições. Na Oração do Pai Nosso, encontramos uma espécie de estrutura, um esboço para as demais orações. Se fizermos uma análise da Oração Sacerdotal, outra oração feita por Jesus e registrada nos Evangelhos, descobriremos que ela pode ser reduzida aos princípios que constam na oração do Pai Nosso. A economia de palavras, a maneira de resumir aquilo que realmente importa, reduzindo tudo a algumas poucas sentenças, é algo que verdadeiramente proclama o fato de que quem ensinou esta oração não foi outro senão o próprio Filho de Deus. Além de ser modelo, a oração visa não somente aos discípulos originais, mas a todos os crentes, de todos os lugares, em todos os tempos.
Certas pessoas sentem-se perturbadas diante dessa oração, porque ela não termina dizendo "em nome de Jesus". É bom lembrar que Jesus estava simplesmente lançando os princípios fundamentais que deveriam governar constantemente o relacionamento entre o homem e Deus, não se preocupando com detalhes. Mais tarde, ele orientou os discípulos a orarem em seu nome.
Ao orar, como somos apenas seres humanos premidos pela urgência de nossa situação, pelas preocupações, pela ansiedade, pela angústia mental, pela tristeza no coração e por diversas aflições, ficamos tão pressionados por essas coisas que, à semelhança de crianças pequenas, começamos a falar imediatamente, sem pensar. Conforme registra o livro de Eclesiastes, é vital que, ao orarmos a Deus, lembremos o fato de que Deus está nos céus e nós na terra: "Pai nosso, que estás nos céus..."
Após a invocação inicial, aparecem as petições: são seis ou sete pedidos, segundo debatem as autoridades; os três primeiros estão na forma de adoração e dizem respeito a Deus e à sua glória; os demais pertencem a nós mesmos, na forma de petição pessoal. Isso nos mostra que, antes de pedirmos por nós mesmos, precisamos nos preocupar com o Reino de Deus. "Santificado seja o teu nome" é a primeira petição da oração. Os judeus reconheciam a grandeza, a majestade e a santidade de Deus, e por isso evitavam proferir "Yahweh", nome que significa tudo quanto está envolvido e que nos foi revelado na pessoa de Deus. Ele havia sido revelado na história aos filhos de Israel sob diversos nomes e a petição refere-se a todos eles. A frase reflete um desejo profundo e ardente para que a honra e a glória de Deus sejam conhecidas pelo mundo todo. Hoje, é alarmante ver a maneira como todos tendem a usar de modo negligente o nome do Senhor. Proclamem a grandeza do Senhor comigo; juntos exaltemos o seu nome”, convida o salmista. "Venha o teu reino" é a segunda petição. Após pedir que o nome de Deus seja santificado entre os homens, queremos que o seu Reino venha, para que a primeira petição se realize mais completamente. O Reino já veio, com o ministério de Jesus no mundo; está presente com a atuação da igreja; mas ainda há de chegar para estabelecer-se completamente com a volta de Cristo. "Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu" é a terceira petição, consequência e conclusão lógica da segunda petição, que é conclusão lógica da primeira.
Nome de Deus santificado, seu Reino pedido, sua vontade cumprida: são as três petições iniciais, na forma de adoração, que devem estar presentes ao orarmos a Deus, antes de entrarmos na petição pessoal. Que passemos a aplicar estes princípios em todas as nossas orações!   

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