“E quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas” (Mateus 6.5a).
Esmola, oração e jejum
foram três aspectos da vida religiosa, ou da piedade do crente,
ilustrados por Jesus no Sermão do Monte: o relacionamento com o próximo, com
Deus e consigo mesmo estão aí ilustrados. João Batista e Jesus ensinaram seus
seguidores a orar, certamente porque os discípulos viam seus mestres,
principalmente Jesus, em constantes e longas orações a Deus.
O
pecado é algo que nos acompanha por todo o caminho que percorremos, chegando
até mesmo à presença de Deus. Ele não teve começo nesta terra, pois, antes
mesmo de o homem haver caído, já havia acontecido uma outra queda. Satanás
havia sido um ser angelical perfeito e resplandecente, que habitava nos lugares
celestiais; todavia, Lúcifer caiu em pecado, antes que o homem caísse. O pecado
é um estado do coração, consistindo em uma tendência para a auto adoração e a
auto adulação. Às vezes podemos achar que adoramos a Deus e, na realidade,
estamos adorando a nós mesmos. Embora a oração seja a mais elevada realização
do ser humano, sua mais nobre atitude, mesmo aí o pecado pode estar presente.
Existe
a maneira errada e a maneira certa de orar. A maneira errada é,
inicialmente, a pessoa que ora estar voltada para dentro de si mesma,
concentrando sua atenção em quem está orando e não naquele para quem a oração
está sendo dirigida. Assim agiam os fariseus nos dias de Jesus. Outro erro na
oração é o uso de vãs repetições, como se a eficácia da oração dependesse de
quão longa ela é. "Belas orações" ou “orações poderosas" muitas
vezes são mencionadas em nosso meio, como prova de grande devoção e
comunhão com Deus de quem ora. Não devemos julgar, porque podemos ver apenas a
aparência, mas Deus olha o coração. Entre os muçulmanos, existe a tendência de
se desenvolver uma marca escura na testa ao colocar o devoto a cabeça no chão
para orar, conforme eles fazem várias vezes por dia. Existem aqueles que raspam
a pele da testa contra o chão para que a marca fique maior, pois quanto maior a
marca, maior será o reconhecimento pelos outros da devoção do homem. No entanto,
ao orar, o ser inteiro daquele que ora deve fixar sua atenção em Deus,
concentrando nele todo o interesse e esquecendo-se de qualquer outra coisa.
Quando ouvimos falar de "vãs repetições", lembramo-nos logo do
catolicismo e suas rezas, mas devemos também atentar para nós, pois também nós
podemos estar nos repetindo em orações costumeiras.
A
maneira certa de orar é entendermos que estamos nos aproximando de Deus
quando assim fazemos. A entrada no quarto, a porta fechada e a oração ao Pai em
segredo excluem da mente todo o meu campo de interesses. Isso não elimina a
oração em público, na igreja ou em qualquer outro lugar, mas leva-nos a excluir
de nossa mente as pessoas, e a nós mesmos, para entrarmos em comunhão com Deus.
Percebemos então que estamos na presença de Deus, que é tão elevado, mas também
nosso Pai celestial. Portanto, devemos orar como um filho que se aproxima de
seu pai para conversar com ele. Ele tem conhecimento de cada uma de nossas
necessidades, antes mesmo que abramos a boca. Ele tem uma perspectiva, um plano
e um programa a nosso respeito e que nos envolve. Ele é capaz de fazer
infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos.
Deus
é poderoso e capaz de fazer por nós infinitamente mais do que tudo quanto
pedimos ou pensamos, conforme disse Paulo. Creiamos nesta verdade e então
cheguemos a ele em oração, impelidos por pura confiança.
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