"Tenham o cuidado de não praticar suas "obras de justiça' diante dos outros para serem vistos por eles. Se fizerem isso, vocês não terão nenhuma recompensa do Pai celestial" (Mateus 6.1).
A questão da disciplina pessoal para as obras de justiça na vida espiritual do cristão será aqui considerada com relação ao jejum. Em nossa vida diária, temos contatos pessoais com homens e mulheres, com Deus e também conosco mesmo. O jejum é uma prática que relaciona o homem a Deus. O princípio que se aplica ao jejum pode igualmente ser aplicado à oração, ao dízimo e a outras áreas ligadas à nossa espiritualidade.
Embora a verdade do Evangelho permaneça imutável, pelo seu caráter multilateral e por causa da natureza humana pecaminosa, em certas épocas particulares na história, tanto de Israel quanto da igreja, tem havido necessidade de alguma ênfase especial sobre aspectos da verdade. A relação entre fé e obras, por exemplo, existe tanto no Velho Testamento (com relação a sacerdotes e profetas) quanto no Novo (entre Tiago e Paulo, por exemplo). Modernamente, entre os evangélicos, essa questão de jejum quase desapareceu de nossa prática diária, talvez em ojeriza ao ensino católico que sempre deu muita ênfase à questão.
Qual é o
papel do jejum na vida do crente? Inicialmente, jejum era uma prática ensinada
no Antigo Testamento pela lei de Moisés aos filhos de Israel, que deveriam
jejuar uma vez por ano como estatuto obrigatório. O próprio povo judeu
acrescentou certos jejuns adicionais e os fariseus costumavam jejuar duas vezes
por semana. As Escrituras mostram que Jesus e os apóstolos tinham o hábito de
jejuar, embora não mantivessem o costume farisaico. A igreja, ao atingir
regiões gentias, manteve o jejum, como aconteceu em Antioquia ao enviar Paulo e
Barnabé na primeira viagem missionária. O povo de Deus sempre sentiu que o
jejum não somente é uma prática correta, mas também se reveste de imenso valor
quanto a seus efeitos, sob determinadas circunstâncias.
Há maneiras erradas e o modo certo de praticar o jejum. Ele não deve ser praticado de maneira mecânica, vendo-se o jejum como uma finalidade em si mesmo. Não devemos também esperar resultado diretos e imediatos do jejum. Não devemos confundir em sua prática aquilo que é físico com o que é espiritual, sendo atualmente um grande perigo a tendência de alguns ramos do cristianismo de tornarem doutrinária uma experiência espiritual pessoal.
Há maneiras erradas e o modo certo de praticar o jejum. Ele não deve ser praticado de maneira mecânica, vendo-se o jejum como uma finalidade em si mesmo. Não devemos também esperar resultado diretos e imediatos do jejum. Não devemos confundir em sua prática aquilo que é físico com o que é espiritual, sendo atualmente um grande perigo a tendência de alguns ramos do cristianismo de tornarem doutrinária uma experiência espiritual pessoal.
O modo certo de jejuar
é considerar o ato como um meio para se chegar a um fim, e não como um fim em
si mesmo. Por isso, devo jejuar somente quando sentir que
estou sendo levado pelo Espírito de Deus e tiver por objetivo algum elevado
propósito espiritual.
Conforme já foi
dito, o princípio que baseia o jejum cobre muitos ângulos da nossa vida cristã,
condenando-se a aparência piedosa proposital na adoção de atitudes religiosas
que deem na vista. Isso pode acontecer até quando estamos entoando hinos ou
mesmo orando.
Quando você jejuar,
faça-o de maneira natural, não se preocupando com a opinião alheia ou com a
impressão que estiver causando a outros. Esqueçamo-nos de nós mesmos e
focalizemos nosso alvo em Deus. Se um homem estiver vivendo inteiramente para a
glória do Senhor, ninguém precisará prescrever para ele quando deve jejuar, o
mesmo acontecendo com o tipo de roupa que deve vestir, ou qualquer escolha a
ser feita. O Pai que nos vê em segredo nos recompensará.
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